segunda-feira, 15 de janeiro de 2018



Aqui, toca uma canção desconhecida, ocasionando incômodos sinápticos, enquanto rabisco estas palavras num papel qualquer, só para não esquecer desse exato momento, em que toda essa tristeza resignada se abate sobre o meu peito. Há o desejo de te falar tantas coisas, mas também há a necessidade de supressão. E há um questionamento que se repete em meu coração: estou arrependida? Não, não estou. É assustador. O espanto vem e vai embora, deixando essa sensação de ser eternamente sozinha... eu sempre estive só (mesmo quando alguém me acompanhava) agora, sei: sou só. E, assim como Clarice, sofro dores e silêncios... extasiada, mortificada... por toda essa liberdade que não sei usar - grande responsabilidade da solidão. A canção desconhecida de outrora dá lugar a uma velha melodia, já bastante familiar, que me diz que estou perdendo esta luta (mas eu não quero ouvi-la).