quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018



Mas o que eu quero de mim? Estou segurando a última respiração e não sei o que virá depois, se um solfejo de ar fresco ou se o desfalecimento. Amanheceu cheirando a fevereiro e amanheci lembrando de você. Mas você está aqui, você está todo aqui, exceto por tudo aquilo que se perdeu pelo caminho. Você está aqui, mas é como se fosse uma lembrança distante e empoeirada. Isso é triste, triste, triste, porque eu era a sua princesa e você era o meu príncipe de armadura brilhante... e o que eu sou agora, meu amor?



Eu devo estar louca, descontrolada - ordinariamente humana. Ao me comprometer com um sério processo de idiotização de minha subjetividade, eis que saí de mim e já não me encontro. Li, certa vez, que um forte traço da neurose é tentar buscar, a todo custo, perseguir a normalidade. É real.
01022018

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018



Eu queria que você me lesse. Eu queria que você lesse todas essas coisas que escrevo. Eu queria que você olhasse bem dentro dos meus olhos e entendesse. Entendesse que eu amo você, mas não do mesmo jeito. Isso é covardia, sou uma covarde, eu sei. Mas as palavras doem, você sabia? Dói em mim machucar você. A lâmina fria que lambe a minha carne fere menos do que estas palavras podem ferir. E, assim, só pra ficar claro, eu amei você, amei pra caralho. Um amor louco e descabido, urgente, você sabe. O que você não sabe é que eu ainda amo você, mas não do mesmo jeito. E todas as pequenas coisas dilaceram a minha alma, "xau, bjo, te amo"... porfavorporfavorporfavor, pare de me amar.



Fico pensando em tudo o que está acontecendo, na maneira como você está distante de mim - tão distante, que eu nem sei... na maneira como machuca olhar pra você, porque eu também estou tão distante - talvez até mais do que você. Fico tentando adivinhar o que se passa na sua cabeça, sobre mim, sobre nós... e, às vezes, parece tudo tão simples, que eu só quero abraçar você e deixar tudo pra lá. Mas, às vezes, o inferno congela e eu sinto um sem fim de estalactites perfurando a minha carne. E os símbolos. Ah, estes sempre me torturam! Fico ensaiando a mesma cena um milhão de vezes e nenhuma termina da mesma forma. A única coisa que está sempre presente é o meu sentimento que dói, dói, dói... eu faço tudo errado. Eu não tenho jeito, nem nunca vou ter. Mas você me perdoa, eu sei que perdoa, só quem não sabe me perdoar sou eu. Odeio saber que nem você pode me salvar.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018



E tudo que consigo pensar é em ossos quebrados e canções de ninar.