eu fico olhando pra tela do computador por nem sei quanto tempo,
esperando alguma coisa que não acontece nunca..
tudo são símbolos, aqui.. e quando não são os símbolos, o algoz é
o meu próprio pensamento, maldita esperança..
a idéia do desconhecido me apavora e me enfurece, ver sorrisos
(mesmo que sejam meio-sorrisos) e olhares calmos me entristece..
por que só eu devo sofrer? por que só eu devo estar sentindo
tudo isso num turbilhão de emoções que é quase incontrolável?
eu estou morrendo pra tentar controlar isso.. estou morrendo por
tantas coisas, por tantos símbolos e ausências, que às vezes
tudo fica confuso e parece que não importa mais, mas é justamente
nesse momento que assino a minha confissão de esperança eterna..
eu não sei o que está acontecendo, não sei se o que percebo é
real, e se for.. se for, uma parte de mim estará morta para sempre,
porque de nenhuma forma eu conseguirei ser a mesma algum dia..
eu imagino como vai ser daqui pra frente, e sei que eu até acabaria
gostando, simplesmente pelo fato de que seria bom - e não que
aquilo fosse finalmente o que eu sempre busquei - e eu imagino
que vá ser bom, mas não tenho a menor vontade de fazer o que quer
que seja pra algo acontecer.. fico esperando o tempo passar, as
janelas imensamente cerradas, checando a cada instante qualquer
mudança, mas nada nunca muda.. fico esperando o tempo passar pra
ver se um dia acordo desmemoriada ou louca.. ou pra ver se um
dia simplesmente não acordo.. as minhas horas não têm mais aquele
tom amoroso cheio de coisas boas, ou o aconchego que me fazia pensar
que o mundo poderia acabar que eu não ia notar.. é só um todo cinza
agora, um buraco, um vazio sem fim, é a infelicidade, a desesperança..